Novo jeito de viajar: turismo ecológico pode ajudar a proteger natureza e comunidades

Novo jeito de viajar: turismo ecoógico pode ajudar a proteger natureza e comunidades

Timbé do Sul

Nos próximos anos, a sustentabilidade deve impactar a forma como as pessoas viajam, fazendo surgir o turismo ecológico. Segundo um estudo da agência Euromonitor, a atividade turística passará por uma série de mudanças até 2040, tendo a preocupação com práticas sustentáveis como um dos focos para recuperar o setor após a pandemia do novo coronavírus.

Passada a emergência gerada pela covid-19, a tendência, conforme o levantamento, é que o foco das demandas mude gradualmente dos protocolos de saúde para as ações climáticas. Muitas companhias aéreas e outras gigantes do turismo se comprometeram a reduzir pela metade — ou, em alguns casos, a zerar — suas emissões de gases do efeito estufa até 2030.

Essa demanda por sustentabilidade no setor, no entanto, envolveria apenas a preocupação com o meio ambiente? Como é, na prática, o turismo sustentável? Ecoa ouviu especialistas para explicar essas e outras questões.

O que é turismo sustentável?

Segundo a professora Juliana Medaglia Silveira, do Departamento de Turismo da UFPR (Universidade Federal do Paraná), como o conceito de sustentabilidade ultrapassa a área ambiental, o turismo sustentável é aquele que leva em consideração impactos sociais, ambientais e econômicos, bem como os grupos de interesse envolvidos na atividade.

No turismo massificado, observa ela, a dinâmica dos destinos, como horários do comércio e oferta da culinária, segue as demandas do turista e não as necessidades da comunidade local. No turismo sustentável, as escolhas são outras. Há preocupação, por exemplo, com consumo de produtos típicos, vindos de fornecedores locais. A hospedagem preza por espaços que fazem a gestão adequada de seus resíduos e empregam pessoas daquela região, de modo a respeitar as demandas da comunidade — tanto ambientais como sociais.

Dentro da sustentabilidade, é importante ainda que a atividade turística seja capaz de contribuir com a preservação e regeneração dos ambientes naturais e culturais com que estiver envolvida, destaca o diretor-executivo da ABETA (Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), Luiz Del Vigna.

Turismo sustentável envolve apenas atividades na natureza?

Não. A professora da UFPR explica que isso vai além dos ambientes naturais. "Não podemos olhar o turismo como algo fora da sociedade. Por isso, a sustentabilidade nesse setor não precisa estar diretamente envolvida com a natureza. Não é preciso estar apenas ali para contratar hospedagens, passeios e guias de empresas envolvidas com sustentabilidade", comenta Juliana Medaglia Silveira, que também é coordenadora do Observatório de Turismo do Paraná.

Como diferenciar o que é sustentabilidade no turismo do que é apenas marketing?

A coordenadora do Observatório de Turismo do Paraná recomenda que o consumidor busque informações sobre os destinos que pretende visitar e as empresas das quais pretende consumir serviços ou produtos. Em alguns destinos, o compromisso com o desenvolvimento sustentável pode ser mais evidente, como nos casos de turismo de experiência e turismo de base comunitária (TBC). "No TBC, a base da comunidade é o que vai atrair o turista e definir o que será ofertado para ele. A alimentação será a partir daquilo que é plantado por locais; a hospedagem, os serviços, tudo é a comunidade que desenvolve", salienta.

Nas atividades turísticas que vão além do TBC, a professora Lara Freitas, do Departamento de Turismo da Unespar (Universidade Estadual do Paraná), também recomenda a busca de informações sobre o destino e agentes envolvidos. Ela salienta que o consumidor deve usar fontes confiáveis e senso crítico para identificar o que é cidadania e o que é apresentado apenas como uma prestação de contas, com viés mercadológico. "Essa questão de cidadania se revela através da participação dos empreendedores, pequenas empresas, agricultores e outros agentes em ações práticas e compromissos desenvolvidos junto à comunidade. Precisamos observar as narrativas. Geralmente, quando a narrativa relatada é muito 'fácil', desconfiamos", diz.

Conheça nosso roteiro de 3 dias e se apaixone pelo extremo sul catarinense.

Fonte: Uol

Foto: @talis1machado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima